quarta-feira, 6 de outubro de 2010




É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias ...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.

domingo, 29 de agosto de 2010

" Desistir é uma palavra que tem que ser eliminada do dicionário de quem sonha e
deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas. Não se esqueça
de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar, vai perder 100% das
vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não ousar
caminhar ".



" Era uma vez, quatro pessoas que se chamavam TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO acreditava que ALGUÉM iria executá-lo, QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM o fez.

ALGUÉM ficou aborrecido com isso, porque entendia que a sua execução era responsabilidade de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que poderia executá-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO não o faria.

Final da história: TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito ".

Conclusão: A interessante mensagem nos convoca a uma reflexão. Devemos ser ALGUÉM que faz o trabalho importante, embora parecendo NINGUÉM aos olhos de TODO MUNDO. Também nos cabe reconhecer em QUALQUER UM a pessoa existente.

quarta-feira, 21 de julho de 2010


Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

sábado, 17 de julho de 2010


" eu sei o que você pensa quando olha pra mim. Talvez se eu fosse mais comportada, falasse mais baixo e não chamasse tanta atenção. Talvez se eu bebesse um pouco menos, te desse menos trabalho e não fosse tão do agora. Talvez se eu não tivesse chegado tão perto, nem te tocado tão fundo, nem sido tão eu... talvez haveria alguma possibilidade. "

terça-feira, 13 de julho de 2010


" Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência. "
Que Deus me ajude ...

segunda-feira, 12 de julho de 2010


" Fechei a porta, encostei a parte de cima da cabeça contra ela. Só nos filmes as pessoas fazem isso, nunca vi ninguém fazer de verdade. Comecei a fazer para ver se sentia o que as pessoas sentem nos filmes – pessoas sempre sentem coisas nos filmes, nos bares, nas esquinas, nas músicas, nas histórias. Nas vidas acho que também, só que não se dão conta. Depois percebi que aquela dor que sobe ali do olho esquerdo pela testa diminuía um pouco assim, então fui me virando até apertar o lado esquerdo da cabeça, justamente onde doía, contra a porta fechada. A dor doía menos assim, embora não fosse exatamente uma dor. Mais um peso, um calafrio. Uma memória, uma vergonha, uma culpa, um arrependimento em que não se pode dar jeito. "

" Ela tem muita dúvida como todos têm. Mas nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe."

quarta-feira, 7 de julho de 2010


" Hoje, quero passar dos limites da aparência e achar o que há de mais lindo no coração. "


domingo, 20 de junho de 2010


" Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa. "


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tenha sonhos!

Você precisa ter sonhos, para que possa se levantar, todas as vezes que cair.
Acreditar que, a toda hora, acontecerão coisas boas, e mudar o rumo da sua vida.
Você precisa ter sonhos grandes e pequenos. Os pequenos são as felicidades mais rápidas, os grandes são os que dão força para suportar o fracasso dos sonhos pequenos.

Você tem que regar os teus sonhos todos os dias, assim como se rega uma planta para que cresça...
Precisa dizer sempre a você mesmo: "Vou conseguir! - vou superar! - vou chegar no meu sonho!"

Fazendo isso, você estará cultivando sua luz, a luz das esperanças, que nunca deve se apagar, pois ela é a imagem que você passa pras outras pessoas.
É através dessa luz que todos vão lhe admirar, acreditar em você e te seguir.

Mire -se na lua, pois se você não puder atingi-la, com certeza irá conhecer grandes estrelas... Ou quem sabe, poder ser uma delas!

quarta-feira, 9 de junho de 2010


- Garçon, uma dose de amnésia e duas de desapego por favor..
- Vai uma de amor também?!
- Não, não. Deixa pra outro dia!


" ... quando você não tem amor, você ainda tem as estradas. "


terça-feira, 8 de junho de 2010


" Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca - a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram. Quanto mais palavras ocorrem para vestir uma idéia, mais essa idéia resiste a ser identificada. As sucessivas roupas sufocam a sua nudez. E todas as palavras são uma grande bolha de sabão, às vezes brilhante, mas circundando o vazio. Ah, se eu pudesse escrever com os olhos, com as mãos, com os cabelos - com todos esses arrepios estranhos que um entardecer de outono, como o de hoje, provoca na gente. "

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade (...)

sábado, 29 de maio de 2010

" Então vai e escreve e diz tudo e rasga o coração, as vísceras, expõe tudo, grita, esperneia - no papel. "

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Até quando esperar? Até quando esperar ?
Se nada mudou, se nada te importa!
Até quando esperar? Se é complicado te dizer alguma coisa.
Até quando esperar? Se já perdeu, se ficou pra trás.
Mas não é nossa culpa ... Não é desculpa.
Pois eu sei que uma só força da fração do seu amor, desse amor que só acontece quando realmente se quer.
É grande!!
É como se fosse um " eu te amo " na primeira semana.
Ouvir um " eu te amo " na primeira semana, faz disparar seu coração, despeja na corrente sanguinea adrenalina suficiente para você nunca ter de pular de paraquedas na sua vida, te faz sentir vivo.
E mesmo sabendo que toda a riqueza que anda por ai está nas mãos erradas, que existe corrupção, que existe injustiça, a força de um " eu te amo " na primeira semana nos dá a certeza de que juntos nós vamos genhar o mundo.
Ainda que hoje seja um dia comum ...

segunda-feira, 24 de maio de 2010




" A solidão às vezes é tão nítida como uma companhia. Vou me adequando, vou me amoldando. Nem sempre é horrível, às vezes é até bem mansinha."


domingo, 23 de maio de 2010

“ Comecei a caminhar mais depressa para escapar, e Deus, Deus estava do meu lado ... ”

domingo, 16 de maio de 2010




" Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar. Quando se para de pedir, a gente está pronto para começar a receber. O futuro é um abismo escuro, mas pouco importa onde terminará a minha queda. De qualquer forma, um dia seremos poeira. Quem é você? Quem sou eu? Sei apenas que navegamos no mesmo barco furado, e nosso porto é desconhecido. Você tem seus jeitos de tentar. Eu tenho os meus. "


sábado, 15 de maio de 2010

" Sabe, às vezes, eu me lembro de coisas assim, de muitas coisas, como essa da menina - como se houvesse uma parte de mim que não envelheceu e que guardou. Guardou tudo, até o príncipe que um dia não veio mais. Não, não foi um dia que ele não veio mais, foram muitos dias, em muitos dias ele não veio mais, a água do mar salgava a nossa boca, o sol queimava a minha pele, eu tinha impressão de ser de couro, um couro ressecado, mal curtido. (..) Não sei, não sei até hoje se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas as coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construia um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo. "

quinta-feira, 13 de maio de 2010

É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates... Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha.
Não sou pedaço. Mas não me basto.

domingo, 9 de maio de 2010

Onde se lê Doida, lê-se Doída.

domingo, 2 de maio de 2010


" Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa."

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Oração da Sindrome do Pânico.

Senhor, na hora do medo e do desespero,
Abrande meu coração,
Transborde de fé em meu peito
E segure as minhas mãos...
Deixe-me senti-Lo ao meu lado,
Socorrendo-me e me libertando.
Afaste de mim os maus pensamentos,
E que minha mente só consiga vibrar no bálsamo da Sua paz
Alivie a dor da tristeza e desesperança,
Renove minha vontade de viver,
Acalme meus músculos,
Acalme minha respiração,
Traga-me de volta a vontade
de viver e vencer.
Senhor, transforme o meu ser,
Para que eu consiga fazer destes momentos
Um instrumento para ajudá-Lo na cura de outros,
Que como eu, se perdem nas trevas do pânico.
Cure minha alma, para que eu leve
a cura àquele que sofre.
Derrame sobre mim Sua bondade,
para que eu a transforme em caridade.
Troque meus lamentos de dor
Por frases consoladoras.
Eu confio em Ti, Senhor, e sei que um dia serei grato,
Por hoje ter sido aprendiz.
Que a força de Sua divina benção recaia sobre
Todos os que neste exato momento também
almejam as Suas mãos.
Amém!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

" Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso. "

terça-feira, 20 de abril de 2010


" Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. E fumo, e fico horas sem pensar absolutamente nada: (...)
Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais. "



segunda-feira, 19 de abril de 2010


" Aconselhável vadiar pelas praças, respirar o cheiro de pipoca das esquinas, olhar vitrinas, acreditar em Deus, sorrir para desconhecidos. Aconselhável dançar valsa e rock and roll, andar de bicicleta, pular corda, procurar ovnis no céu, alimentar cachorros vagabundos. "

domingo, 18 de abril de 2010




" Eu quero um colo, um berço, um braço quente em torno ao meu pescoço, uma voz que cante baixo e pareça querer me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno, um extravio morno de minha consciência e depois sem som, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas. "


sexta-feira, 16 de abril de 2010

" Que tonta travessia. Tudo bem, descansa. Faz parte, não conseguir. Como Sísifo, se queres mitologias. Queres ainda? Por favor, estou farto. Brilhos baratos, as jóias eram todas falsas. Está certo, mas não quiseram te fazer mal. O mal não existe reverso do bem. Tanto faz, só peço que me deixem. Vou ficar encostado na árvore até amanhecer. Olhos abertos, feito uma vela acesa. Se ela insistir, direi que não tenho piedade alguma. Que não compreendo, não aceito nem perdôo mais a loucura. "

terça-feira, 13 de abril de 2010

Aqueles dois

A verdade é que não havia mais ninguém em volta. Meses depois, não no começo, um deles diria que a repartição era como "um deserto de almas". O outro concordou sorrindo, orgulhoso, sabendo-se excluído. E longamente, entre cervejas, trocaram então ácidos comentários sobre as mulheres mal-amadas e vorazes, os papos de futebol, amigo secreto, lista de presente, bookmaker, bicho, endereço de cartomante, clips no relógio de ponto, vezenquando salgadinhos no fim do expediente, champanha nacional em copo de plástico. Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra — talvez por isso, quem sabe? Mas nenhum se perguntou.

Não chegaram a usar palavras como "especial", "diferente" ou qualquer coisa assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las. Não que fossem muito jovens, incultos demais ou mesmo um pouco burros. Raul tinha um ano mais que trinta; Saul, um menos. Mas as diferenças entre eles não se limitavam a esse tempo, a essas letras. Raul vinha de um casamento fracassado, três anos e nenhum filho. Saul, de um noivado tão interminável que terminara um dia, e um curso frustrado de Arquitetura. Talvez por isso, desenhava. Só rostos, com enormes olhos sem íris nem pupilas. Raul ouvia música e, às vezes, de porre, pegava o violão e cantava, principalmente velhos boleros em espanhol. E cinema, os dois gostavam.

Passaram no mesmo concurso para a mesma firma, mas não se encontraram durante os testes. Foram apresentados no primeiro dia de trabalho de cada um. Disseram prazer, Raul, prazer, Saul, depois como é mesmo o seu nome? sorrindo divertidos da coincidência. Mas discretos, porque eram novos na firma e a gente, afinal, nunca sabe onde está pisando. Tentaram afastar-se quase imediatamente, deliberando limitarem-se a um cotidiano oi, tudo bem ou, no máximo, às sextas, um cordial bom fim de semana, então. Mas desde o princípio alguma coisa — fados, astros, sinas, quem saberá? conspirava contra (ou a favor, por que não?) aqueles dois.

Suas mesas ficavam lado a lado. Nove horas diárias, com intervalo de uma para o almoço. E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria sido Saul?) chamaria, meses depois, exatamente de "um deserto de almas", para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam.

II

Eram dois moços sozinhos. Raul tinha vindo do norte, Saul tinha vindo do sul. Naquela cidade, todos vinham do norte, do sul, do centro, do leste — e com isso quero dizer que esse detalhe não os tornaria especialmente diferentes. Mas no deserto em volta, todos os outros tinham referenciais, uma mulher, um tio, uma mãe, um amante. Eles não tinham ninguém naquela cidade — de certa forma, também em nenhuma outra —, a não ser a si próprios. Diria também que não tinham nada, mas não seria inteiramente verdadeiro.

Além do violão, Raul tinha um telefone alugado, um toca-discos com rádio e um sabiá na gaiola, chamado Carlos Gardel. Saul, uma televisão colorida com imagem fantasma, cadernos de desenho, vidros de tinta nanquim e um livro com reproduções de Van Gogh. Na parede do quarto de pensão, uma outra reprodução de Van Gogh: aquele quarto com a cadeira de palhinha parecendo torta, a cama estreita, as tábuas do assoalho, colocado na parede em frente à cama. Deitado, Saul tinha às vezes a impressão de que o quadro era um espelho refletindo, quase fotograficamente, o próprio quarto, ausente apenas ele mesmo. Quase sempre, era nessas ocasiões que desenhava.

Eram dois moços bonitos também, todos achavam. As mulheres da repartição, casadas, solteiras, ficaram nervosas quando eles surgiram, tão altos e altivos, comentou, olhos arregalados, uma das secretárias. Ao contrário dos outros homens, alguns até mais jovens, nenhum tinha barriga ou aquela postura desalentada de quem carimba ou datilografa papéis oito horas por dia.

Moreno de barba forte azulando o rosto, Raul era um pouco mais definido, com sua voz de baixo profundo, tão adequada aos boleros amargos que gostava de cantar. Tinham a mesma altura, o mesmo porte, mas Saul parecia um pouco menor, mais frágil, talvez pelos cabelos claros, cheios de caracóis miúdos, olhos assustadiços, azul desmaiado. Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia.

III

Cruzavam-se, silenciosos mas cordiais, junto à garrafa térmica do cafezinho, comentando o tempo ou a chatice do trabalho, depois voltavam às suas mesas. Muito de vez em quando, um pedia um cigarro ao outro, e quase sempre trocavam frases como tanta vontade de parar, mas nunca tentei, ou já tentei tanto, agora desisti. Durou tempo, aquilo. E teria durado muito mais, porque serem assim fechados, quase remotos, era um jeito que traziam de longe. Do norte, do sul.

Até um dia em que Saul chegou atrasado e, respondendo a um vago que que houve, contou que tinha ficado até tarde assistindo a um velho filme na televisão. Por educação, ou cumprindo um ritual, ou apenas para que o outro não se sentisse mal chegando quase às onze, apressado, barba por fazer, Raul deteve os dedos sobre o teclado da máquina e perguntoü: que filme? Infâmia, Saul contou baixo, Audrey Hepburn, Shirley MacLayne, um filme muito antigo, ninguém conhece. Raul olhou-o devagar, e mais atento, como ninguém conhece? eu conheço e gosto muito. Abalado, convidou Saul para um café e, no que restava daquela manhã muito fria de junho, o prédio feio mais que nunca parecendo uma prisão ou uma clínica psiquiátrica, falaram sem parar sobre o filme.

Outros filmes viriam, nos dias seguintes, e tão naturalmente como se de alguma forma fosse inevitável, também vieram histórias pessoais, passados, alguns sonhos, pequenas esperança e sobretudo queixas. Daquela firma, daquela vida, daquele nó, confessaram uma tarde cinza de sexta, apertado no fundo do peito. Durante aquele fim de semana obscuramente desejaram, pela primeira vez, um em sua quitinete, outro na pensão, que o sábado e o domingo caminhassem depressa para dobrar a curva da meia-noite e novamente desaguar na manhã de segunda-feira quando, outra vez, se encontrariam para: um café. Assim foi, e contaram um que tinha bebido além da conta, outro que dormira quase o tempo todo. De muitas coisas falaram aqueles dois nessa manhã, menos da falta que sequer sabiam claramente ter sentido.

Atentas, as moças em volta providenciavam esticadas aos bares depois do expediente, gafieiras, discotecas, festinhas na casa de uma, na casa de outra. A princípio esquivos, acabaram cedendo, mas quase sempre enfiavam-se pelos cantos e sacadas para contar suas histórias intermináveis. Uma noite, Raul pegou o violão e cantou Tú Me Acostumbraste. Nessa mesma festa, Saul bebeu demais e vomitou no banheiro. No caminho até os táxis separados, Raul falou pela primeira vez no casamento desfeito. Passo incerto, Saul contou do noivado antigo. E concordaram, bêbados, que estavam ambos cansados de todas as mulheres do mundo, suas tramas complicadas, suas exigências mesquinhas. Que gostavam de estar assim, agora, sós, donos de suas próprias vidas. Embora, isso não disseram, não soubessem o que fazer com elas.

Dia seguinte, de ressaca, Saul não foi trabalhar nem telefonou. Inquieto, Raul vagou o dia inteiro pelos corredores subitamente desertos, gelados, cantando baixinho Tú Me Acostumbraste, entre inúmeros cafés e meio maço de cigarros a mais que o habitual.

IV

Os fins de semana tornaram-se tão longos que um dia, no meio de um papo qualquer, Raul deu a Saul o número de seu telefone, alguma coisa que você precisar, se ficar doente, a gente nunca sabe. Domingo depois do almoço, Saul telefonou só para saber o que o outro estava fazendo, e visitou-o, e jantaram juntos a comidinha mineira que a empregada deixara pronta sábado. Foi dessa vez que, ácidos e unidos, falaram no tal deserto, nas tais almas. Há quase seis meses se conheciam. Saul deu-se bem com Carlos Gardel, que ensaiou um canto tímido ao cair da noite. Mas quem cantou foi Raul: Perfídia, La Barca e, a pedido de Saul, outra vez, duas vezes, Tú Me Acostumbraste. Saul gostava principalmente daquele pedacinho assim sutil llegaste a mí como una tentación llenando de inquietud mi corazón. Jogaram algumas partidas de buraco e, por volta das nove, Saul se foi.

Na segunda, não trocaram uma palavra sobre o dia anterior. Mas falaram mais que nunca, e muitas vezes foram ao café. As moças em volta espiavam, às vezes cochichando sem que eles percebessem. Nessa semana, pela primeira vez almoçaram juntos na pensão de Saul, que quis subir ao quarto para mostrar os desenhos, visitas proibidas à noite, mas faltavam cinco para as duas e o relógio de ponto era implacável. Saíam e voltavam juntos, desde então, geralmente muito alegres. Pouco tempo depois, com pretexto de assistir a Vagas Estrelas da Ursa na televisão de Saul, Raul entrou escondido na pensão, uma garrafa de conhaque no bolso interno do paletó. Sentados no chão, costas apoiadas na cama estreita, quase não prestaram atenção no filme. Não paravam de falar. Cantarolando Io Che Non Vivo, Raul viu os desenhos, olhando longamente a reprodução de Van Gogh, depois perguntou como Saul conseguia viver naquele quartinho tão pequeno. Parecia sinceramente preocupado. Não é triste? perguntou. Saul sorriu forte: a gente acostuma.

Aos domingos, agora, Saul sempre telefonava. E vinha. Almoçavam ou jantavam, bebiam, fumavam, falavam o tempo todo. Enquanto Raul cantava — vezenquando El Día Que Me Quieras, vezenquando Noche de Ronda —, Saul fazia carinhos lentos na cabecinha de Carlos Gardel, pousado no seu dedo indicador. Às vezes olhavam-se. E sempre sorriam. Uma noite, porque chovia, Saul acabou dormindo no sofá. Dia seguinte, chegaram juntos à repartição, cabelos molhados do chuveiro. As moças não falaram com eles. Os funcionários barrigudos e desalentados trocaram alguns olhares que os dois não saberiam compreender, se percebessem. Mas nada perceberam, nem os olhares nem duas ou três piadas. Quando faltavam dez minutos para as seis, saíram juntos, altos e altivos, para assistir ao último filme de Jane Fonda.

V

Quando começava a primavera, Saul fez aniversário. Porque achava seu amigo muito solitário, ou por outra razão assim, Raul deu a ele a gaiola com Carlos Gardel. No começo do verão, foi a vez de Raul fazer aniversário. E porque estava sem dinheiro, porque seu amigo não tinha nada nas paredes da quitinete, Saul deu a ele a reprodução de Van Gogh. Mas entre esses dois aniversários, aconteceu alguma coisa.

No norte, quando começava dezembro, a mãe de Raul morreu e ele precisou passar uma semana fora. Desorientado, Saul vagava pelos corredores da firma esperando um telefonema que não vinha, tentando em vão concentrar-se nos despachos, processos, protocolos. Á noite, em seu quarto, ligava a televisão gastando tempo em novelas vadias ou desenhando olhos cada vez mais enormes, enquanto acariciava Carlos Gardel. Bebeu bastante, nessa semana. E teve um sonho: caminhava entre as pessoas da repartição, todas de preto, acusadoras. À exceção de Raul, todo de branco, abrindo os braços para ele. Abraçados fortemente, e tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro. Acordou pensando mas ele é que devia estar de luto.

Raul voltou sem luto. Numa sexta de tardezinha, telefonou para a repartição pedindo a Saul que fosse vê-lo. A voz de baixo profundo parecia ainda mais baixa, mais profunda. Saul foi. Raul tinha deixado a barba crescer. Estranhamente, ao invés de parecer mais velho ou mais duro, tinha um rosto quase de menino. Beberam muito nessa noite. Raul falou longamente da mãe — eu podia ter sido mais legal com ela, disse, e não cantou. Quando Saul estava indo embora, começou a chorar. Sem saber ao certo o que fazia, Saul estendeu a mão e, quando percebeu, seus dedos tinham tocado a barba crescida de Raul. Sem tempo para compreenderem, abraçaram-se fortemente. E tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro: o de Raul, flor murcha, gaveta fechada; o de Saul, colônia de barba, talco. Durou muito tempo. A mão de Saul tocava a barba de Raul, que passava os dedos pelos caracóis miúdos do cabelo do outro. Não diziam nada. No silêncio era possível ouvir uma torneira pingando longe. Tanto tempo durou que, quando Saul levou a mão ao cinzeiro, o cigarro era apenas uma longa cinza que ele esmagou sem compreender.

Afastaram-se, então. Raul disse qualquer coisa como eu não tenho mais ninguém no mundo, e Saul outra coisa qualquer como você tem a mim agora, e para sempre. Usavam palavras grandes — ninguém, mundo, sempre — e apertavam-se as duas mãos ao mesmo tempo, olhando-se nos olhos injetados de fumo e álcool. Embora fosse sexta e não precisassem ir à repartição na manhã seguinte, Saul despediu-se. Caminhou durante horas pelas ruas desertas, cheias apenas de gatos e putas. Em casa; acariciou Carlos Gardel até que os dois dormissem. Mas um pouco antes, sem saber por quê, começou a chorar sentindo-se só e pobre e feio e infeliz e confuso e abandonado e bêbado e triste, triste, triste. Pensou em ligar para Raul, mas não tinha fichas e era muito tarde.

Depois, chegou o Natal, o Ano-Novo que passaram juntos, recusando convites dos colegas de repartição. Raul deu a Saul uma reprodução do Nascimento de Vênus, que ele colocou na parede exatamente onde estivera o quarto de Van Gogh. Saul deu a Raul um disco chamado Os Grandes Sucessos de Dalva de Oliveira. O que mais ouviram foi Nossas Vidas, prestando atenção no pedacinho que dizia até nossos beijos parecem beijos de quem nunca amou.

Foi na noite de trinta e um, aberta a champanhe na quitinete de Raul, que Saul ergueu a taça e brindou à nossa amizade que nunca nunca vai terminar. Beberam até quase cair. Na hora de deitar, trocando a roupa no banheiro, muito bêbado, Saul falou que ia dormir nu. Raul olhou para ele e disse você tem um corpo bonito. Você também, disse Saul, e baixou os olhos. Deitaram ambos nus, um na cama atrás do guarda-roupa, outro no sofá. Quase a noite inteira, um conseguia ver a brasa acesa do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos incendiados. Pela manhã, Saul foi embora sem se despedir para que Raul não percebesse suas fundas olheiras.

Quando janeiro começou, quase na época de tirarem férias — e tinham planejado, juntos, quem sabe Parati, Ouro Preto, Porto Seguro — ficaram surpresos naquela manhã em que o chefe de seção os chamou, perto do meio-dia. Fazia muito calor. Suarento, o chefe foi direto ao assunto. Tinha recebido algumas cartas anônimas. Recusou-se a mostrá-las. Pálidos, ouviram expressões como "relação anormal e ostensiva", "desavergonhada aberração", "comportamento doentio", "psicologia deformada", sempre assinadas por Um Atento Guardião da Moral. Saul baixou os olhos desmaiados, mas Raul colocou-se em pé. Parecia muito alto quando, com uma das mãos apoiadas no ombro do amigo e a outra erguendo-se atrevida no ar, conseguiu ainda dizer a palavra nunca, antes que o chefe, entre coisas como a-reputação-de-nossa-firma, declarasse frio: os senhores estão despedidos.

Esvaziaram lentamente cada um a sua gaveta, a sala deserta na hora do almoço, sem se olharem nos olhos. O sol de verão escaldava o tampo de metal das mesas. Raul guardou no grande envelope pardo um par de olhos enormes, sem íris nem pupilas, presente de Saul, que guardou no seu grande envelope pardo, com algumas manchas de café, a letra de Tú Me Acostumbraste, escrita à mão por Raul numa tarde qualquer de agosto. Desceram juntos pelo elevador, em silêncio.

Mas quando saíram pela porta daquele prédio grande e antigo, parecido com uma clínica ou uma penitenciária, vistos de cima pelos colegas todos postos na janela, a camisa branca de um, a azul do outro, estavam ainda mais altos e mais altivos. Demoraram alguns minutos na frente do edifício. Depois apanharam o mesmo táxi, Raul abrindo a porta para que Saul entrasse. Ai-ai, alguém gritou da janela. Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina.

Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol parecia a gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens no céu, ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram.


" Que tipo de casa você queria ser (...)?
- Eu não queria ser casa. - Como?
- Queria ser um apartamento.

- Sei, mas que tipo? (...)

- Uma quitinete. Sem telefone. "


segunda-feira, 12 de abril de 2010

" Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho. "

sexta-feira, 9 de abril de 2010

" Meu coração é o mendigo mais faminto da rua mais miserável. "

domingo, 4 de abril de 2010

" Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota ... "

domingo, 28 de março de 2010


" Eu embarquei nessa canoa furada e acabei me tornando o que queriam que eu fosse: uma mulher mal-amada "

quarta-feira, 24 de março de 2010


" Não gosto de nada pela metade , nada que é pouco me satisfaz! "


segunda-feira, 22 de março de 2010


" Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim "

sábado, 20 de março de 2010



" Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era."

quarta-feira, 17 de março de 2010


" A paz de não precisar mais aguardar a perfeição que não existe. "

sábado, 13 de março de 2010

Sejam super bem vindos ...
Me perguntaram por que eu nao coloco o nome dos autores ...
Sinceridade, o blog é meu, conheço e sei o que e sobre quem estou lendo. Se quiser, procure no GOOGLE seus redjéculos! Bjao galera. E obrigada aqueles que sempre visitam e sempre elogiam!

quarta-feira, 10 de março de 2010


E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente.


terça-feira, 9 de março de 2010


" Desde então, mesmo quando chove ou o céu tem nuvens, sabem sempre quando a lua é cheia. E quando míngua e some, sabem que se renova e cresce e torna a ser cheia outra vez e assim por todos os séculos e séculos porque é assim que é e sempre foi e será, se Deus quiser e os anjos disserem Amém. E dizem, vão dizer, estão dizendo, já disseram! "


segunda-feira, 8 de março de 2010


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar.

Trecho lindo p/ um dia lindo!


domingo, 7 de março de 2010


" não mais delirar, nem sentir no corpo esse seguir sem descanço, atrás de sutilezas que não podem ser descritas. "


quinta-feira, 4 de março de 2010


Don't wanna kiss, don't wanna touch. Just smoke my cigarette and run ...

quarta-feira, 3 de março de 2010

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

segunda-feira, 1 de março de 2010


" Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. "

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tudo é ilusão, tudo é só estrada que corre e corre, e todas as estradas vão para o mesmo lugar. Que as paisagens em volta desta estrada sejam belas, então. And that's enough.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Quero, terei
Se não aqui,
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi.
Tudo serei.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.

P.L

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tudo que é verdadeiro, volta.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

'' Quanto ao resto, bom, ninguém nunca precisou de resto para ser feliz. ''

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010




" Não há mais tempo pra dor, não há mais nada senão a imensa vontade de acertar... "

sábado, 20 de fevereiro de 2010


" O futuro é isso. O futuro é o meu caminho. O que passou, passou. Saiam do meu caminho. Estou indo em direção ao meu futuro. "


"Liberdade é correr riscos, é viver em fuga, é viver escondendo-se de tudo e de todos, é viver intensamente todas as loucuras maravilhosas do perigo e do proibido "

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

You've gotta lotta, lotta nerve

Coming here when I'm still with him
And I care of you, it isn't fair
Born, March of '86, my birthday's coming
And if I had one wish, yeah, you'd be it

When you're 'round
I lose myself
Inside your mouth
You've got brown eyes
Like no one else
Baby, make it to me

Again and again, again, again, again, again
Never stop
Again and again, again, again, again, again
Never stop

He never really saw me or waited when we
Were hooking up, yeah, he'd a never last
Last week when I was sad, you said that you knew
My eyes changed of kinda green to kinda of blue

When you're 'round
I lose myself
Inside your mouth
You've got brown eyes
Like no one else
Baby, make it to me

Again and again, again, again, again, again
Never stop
Again and again, again, again, again, again
Never stop

They tell me if I leave him
Baby, would you be there?
'Cause maybe you could
Be m-m-mine all the t-t-time

" Eu nunca fui feliz, tem sempre alguma coisa faltando... Uma força maior que me puxa pra baixo e me faz perder, perder e perder. Mas eu acredito que o futuro é lindo, branco e sem fim. "

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Tô tirando férias, dando um tempo disso, chega de amar, chega de me doar, chega de me doer. (pelo menos por enquanto).
Você pode dar a eles seu amor,
mas não seus pensamentos.
Porque eles tem seus próprios pensamentos.
Você pode abrigar seus corpos,
mas nao suas almas.
Pois suas almas moram na casa do amanhã,
que você não pode visitar,
nem mesmo em sonhos.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


... Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque dever ser assim, e virá outro ciclo, depois. Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto:¨Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?¨ É o que estou tentando vivenciar. Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir. Porque não estou fluindo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

NA VERDADE, EU GOSTO DE QUEM ENCOMODA!

boa noite!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Poeira

Um dia levantamos e encontramos no espelho, nosso papel irrisório no mundo.
Decidimos então tentar adiar o inadiavel, enchemos o armário dos mais variados produtos antienvelhecimento para o rosto, corpo e cabelo. No primeiro mês, que beleza! Usa três vezes ao dia, no segundo, duas é sufuciente! E no terceiro mês ... Isto é creme, shampoo ou protetor solar?
No quarto mês percebemos então que é preciso algo além da estética para melhorar a aparência. É preciso se aceitar!
É muito estranho, mas às vezes me pego com um gosto na boca que não é daqui nem de hoje. Um aroma distânte ... Cheiro de juventude. Já sentiu isto? Cheiro de juventude?
Você deve achar que estou ficando louca, mas é a mais pura verdade.
É aquele cheiro de chuva em dias de frio que tem gosto de pipoca com TV. E por alguns instantes até ouço a voz da minha mãe:
- Acorda! Está na hora! Não vá se atrasar para a aula!
- Só mais cinco minutos, mãe - respondia ainda com sono, naquele mundo aconchegante, seguro. Mundo de mãe e pai. Mundo onde pedimos e ofertamos carinho, sem medo, sem barreiras de expressarmos nossos sentimentos.
O futuro então nos parece algo que nunca chegará.
Mas ele chega, mais rápido do que pensávamos, e sem piedade devora nossa juventude, nossa inocência, nosso mundo de super-herois.
Mesmo assim, é admiravel nossa capacidade de regeneração às tempestades. Conhecemos então a dor, o sofrimento e a nostalgia, que muitas vezes vem em forma de saudade.
Os anos passam ... Mais a idade, mil escolhas e um caminho. Desenhamos assim a poeira do tempo, que pode ser dolorido ou indolor.
Sabe, até meus olhos mudaram, já foram mais cativantes, mais pecientes. E que disposicão para conhecer e ajudar pessoas.
Hoje estou mais quieta no meu mundo, um mundo tranquilo e sen palpites, menos aventuras, mas sem erros.
Os " tempos de hoje " são bem diferentes do meu, às vezes ainda deparo - me com " o meu tempo " pela cidade, é como se fosse um rastro ... Poeira, que aparece de repente para me criticar. Esta poeira pode sufocar muita gente! Gente que não viveu! Que deixa a vida passar.
Gente que perdeu tempo mostrando ser o que não era para si própria. Gente que passou todo esse tempo sonhando e esqueceu que as realizações precisam de " mãos de obra ". Gente que espera primeiro organizar tudo para depois começar, sempre na seguda-feira. Gente que depois de muito tempo resolveu que deveria ter uma nova identidade. Gente que passou a vida do lado de alguém por comodidadee deixou de viver um grande amor. Gente que por algum motivo parou de girara roda da vida e se deixou conduzir pelos fatos e acontecimentos.
Não se esqueça de que nós somos a história e sua poeira estará sempre por perto e dos que vivem a sua volta. Ela vai às mesma velocidadeque volta, trazendo cheiros, vozes, rostos, sensações ... Às vezes até sinto o cheiro da morte ... Não sei se por aqui ou acolá, mas sei que também faz parte da poeira.
Não importa se erramos mais ou acertamos mais, o importante é acertar os erros, é aceitar cada ruga e cada problema que trouxe.
Não tenha medo de fazer, talvez até se arrepender ...
Porque o tempo não da tempo ao que ficam no meio do caminho.

(...)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vou terminar por aqui, só queria pedir uma coisa, acho que não é difícil, é só isso, uma coisa bem simples: quando você voltar outra vez, veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


"Ah, mas tudo bem. Em seguida, todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? 'Quem não é visto, não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração'. pois é."

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora

Prá mudar a minha vida
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva...

Ainda tem o seu perfume
Pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara?
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite veloz...

Ainda tem o seu perfume
Pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara?
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas...



domingo, 10 de janeiro de 2010

Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Deixo a porta aberta se quiser voltar
mas saiba que eu também consigo viver só

A solidão quem me ensinou a ser mais forte
E a qualquer lugar eu vou sem medo

Você não quis me escutar
e o tempo não parou.

O Inferno São Os Outros

" Depois que amadureceu e que decidiu não mais se matar, foi-se embora inspiração. Deixava então de ser uma sofredora diletante para tornar-se uma adulta. "
" Sei das besteiras que faço
Das besteiras que falo
De onde vêm os hematomas
Dos medos e dos fracassos
Sei o que penso na insônia
Quando dou uma esmola
Quando digo minha glória
E penso nos vestidos
Sei das noites bebidas
Nos copos sujos e sujos
Conheço cada pedaço da rua
Conheço um pouco de tudo
E sei que digo mentira
Quando digo “Sei de tudo”
Falo demais sobre mim
E quando vejo
Já disse
Algumas verdades .."

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

" Dizem que um dos dois sempre ama mais. Meu Deus! Quem dera que não fosse eu! "